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Foto do escritorOscar Valente Cardoso

Como a Proteção de Dados Pessoais Reforça a Tutela dos Direitos Fundamentais no Meio Digital

Aisha percorreu a linha do tempo de sua plataforma de mídia social favorita enquanto tomava café em uma movimentada cafeteria no centro da cidade. Ela notou um vídeo de uma amiga que falava apaixonadamente sobre privacidade, igualdade e liberdade de expressão. A amiga compartilhou uma experiência recente em que alguém coletou seus dados pessoais sem consentimento e os usou para espalhar boatos falsos. Essa violação abalou sua confiança em espaços digitais e a lembrou de quão rapidamente as ações on-line podem prejudicar os direitos fundamentais. Aisha fechou o aplicativo e pensou sobre seus próprios dados, seu direito de expressar suas opiniões e seu acesso a informações sem discriminação. Ela se sentiu desconfortável com as tecnologias invisíveis que influenciam a sua vida on-line, mas se recusou a aceitar que o abuso no tratamento de dados silencia as pessoas ou as sujeita a um tratamento injusto, com poucas possibilidades de reação.


Isso levou Aisha a pesquisar sobre a proteção de dados pessoais no meio digital. Ela aprendeu sobre como as normas de proteção de dados tutelam a privacidade, a dignidade da pessoa humana e defendem os titulares contra a manipulação por terceiros. Ela descobriu exemplos de comunidades marginalizadas que usaram a mídia social para defender a igualdade e percebeu o quão rapidamente essa liberdade desaparece quando as pessoas exploram dados para fins prejudiciais. Ela viu que leis reguladoras de proteção de dados pessoais e da internet permitem que as pessoas possam se expressar sem medo no meio digital, especialmente quando governos ou entidades privadas possam fazer um uso inadequado dos dados e das informações extraídas deles. Ao se aprofundar na leitura de textos e na visualização de vídeos sobre o tema, ela percebeu que a proteção de dados pessoais faz mais do que proteger indivíduos, porque, principalmente, reforça os direitos fundamentais que cada pessoa merece.


Na era digital, os dados pessoais impulsionam tudo. Plataformas de mídia social, sites de comércio eletrônico, aplicativos de saúde e até governos coletam grandes quantidades de dados pessoais.


Esses dados incluem uma ampla variedade de informações, desde hábitos de navegação até identificadores biométricos. Sem proteções fortes, o uso indevido de dados pessoais pode comprometer os direitos fundamentais, como a privacidade, a liberdade de expressão e a igualdade, além da própria proteção de dados pessoais como um direito fundamental autônomo.


Ao proteger os dados pessoais, os governos e as sociedades fortalecem esses direitos e criam um ambiente digital mais seguro para todos.


Nesse contexto, a privacidade e a autodeterminação informativa formam a pedra angular da proteção de dados pessoais. Quando as organizações coletam, processam e armazenam dados (entre outras atividades de tratamento), elas devem respeitar o direito do indivíduo de controlar os seus dados pessoais.


Leis como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) do Brasil estabelecem estruturas claras para proteger esses direitos. Essas leis exigem que as organizações coletem dados apenas quando necessário e garantam transparência em como realizam o seu tratamento, entre outras normas. Ao impor esses deveres, os legisladores reforçam a proteção de dados pessoais, bem como a dignidade da pessoa humana .


A proteção de dados pessoais também aumenta a liberdade de expressão. Na ausência de salvaguardas, os indivíduos podem se sentir relutantes em compartilhar opiniões ou acessar certos dados ou informações on-line, por temor de vigilância ou do tratamento indevido de seus dados. A existência de normas adequadas de proteção de dados garante que os indivíduos possam se expressar livremente sem se preocupar com intrusões injustificadas. Por exemplo, tecnologias de criptografia e plataformas de comunicação seguras permitem que as pessoas se comuniquem de forma privada ainda que remotamente e por meio digital, o que promove um diálogo aberto e de acordo com as liberdades fundamentais.


A igualdade também desempenha um papel relevante na relação entre proteção de dados pessoais e direitos fundamentais. As discriminações geralmente surgem com o tratamento indevido de dados pessoais, especialmente em processos automatizados de tomada de decisão. Algoritmos tendenciosos podem perpetuar desigualdades na contratação, nas concessões ou não de empréstimos bancários e até mesmo no acesso a serviços públicos. Ao exigir transparência e isonomia no processamento de dados, as leis protegem os indivíduos da discriminação e garantem o tratamento materialmente igualitário no meio digital.


Os governos e as empresas também devem respeitar a proteção de dados para defender o direito à segurança pessoal. Ataques cibernéticos e violações de dados expõem milhões de indivíduos a furto de identidade, perdas financeiras e danos à reputação. A observância de medidas de segurança adequadas de proteção de dados, como a criptografia e a realização de auditorias regulares, evitam essas violações e protegem os indivíduos de danos irreparáveis. Assim, assegurar práticas preventivas de proteção de dados não apenas minimiza os riscos, mas também reforça a confiança do público nos sistemas digitais.


A proteção de dados pessoais reforça os direitos fundamentais ao defender a privacidade, fortalecer a liberdade de expressão, promover a igualdade e manter a segurança. As sociedades não podem ignorar essas ligações em um mundo que depende de plataformas digitais para educação, comércio e engajamento cívico. Cada vez que os legisladores atualizam normas ou as organizações adotam medidas de segurança de ponta, eles investem em um ambiente on-line mais saudável e justo. Os indivíduos ganham confiança em seu direito de falar livremente, buscar novas oportunidades e se envolver em comunidades digitais sem sacrificar seus direitos fundamentais.


A era digital em que vivemos exige vigilância para proteger os direitos fundamentais. Enquanto a tecnologia evolui rapidamente, os direitos fundamentais da privacidade, da dignidade da pessoa humana, da liberdade de expressão e da igualdade permanecem constantes. Ao priorizar a proteção de dados pessoais, as sociedades defendem esses valores e criam um futuro digital no qual os direitos fundamentais permanecem eficazes.




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